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28 empresas públicas vão comprar R$ 99 milhões neste ano


Fonte: Folha de Londrina

Nos últimos dois anos, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), em Londrina, comprou R$ 68 mil em grama de empresas de Cruz das Almas (BA), e de São Bernardo do Campo (SP). Em nenhuma das duas licitações abertas pela instituição houve a participação de fornecedores locais. Evitar esse tipo de situação é um dos objetivos do programa Compra Londrina, realizado pelo Observatório de Gestão Pública de Londrina, Sebrae e Associação Comercial de Londrina (Acil), entre outras organizações. 

 

Ontem, representantes do programa reuniram fornecedores e compradores para apresentar a terceira pesquisa realizada pelo Compra Londrina. Das 63 empresas e órgãos públicos pesquisados, 28 responderam ao questionário sobre as compras que pretendem fazer em 2014. A estimativa é que comprem quase R$ 99 milhões, em 14 grupos de produtos definidos pelo programa, que vão desde alimentação e bebidas, produtos de limpeza, serviços de segurança, manutenção e transporte. 

 

O consultor do Sebrae Sérgio Garcia Ozório acredita que o potencial de compra das 63 empresas e órgãos públicos atinja R$ 1 bilhão em produtos e serviços. E a ideia do programa é encorajar as empresas londrinenses a disputarem as licitações, fazendo com que esse recurso fique na cidade, estimulando a economia local. "Cerca de 85% dos compradores que responderam a pesquisa fazem os processos de compra aqui mesmo em Londrina, só que a maioria dos vencedores é de fora", afirma. 

 

Em outubro do ano passado, o Compra Londrina realizou uma rodada de negociações, colocando frente a frente fornecedores e compradores. "Nossa expectativa é que neste ano aumente o número de empresas da cidade nas licitações", afirma a analista de negócios da Acil, Valéria Sitta, responsável pelo bureau de informações criado pela entidade para impulsionar o programa. 

 

Ela explica que o bureau vem fazendo um trabalho de cadastramento dos fornecedores da cidade e de seus produtos. "Quando um órgão público abre uma licitação, nós telefonamos para o fornecedor do produto que ele pretende comprar e o incentivamos a participar", explica. 

 

O jornalista Fábio Cavazotti, vice-presidente do Observatório de Gestão Pública, diz que a organização idealizou o programa por entender que, quanto mais participantes, maiores são as chances de o Poder Público comprar os produtos pelo melhor preço. O observatório atua na fiscalização das licitações da Prefeitura de Londrina. "Quando fomos procurar os parceiros, vimos que nosso objetivo era complementar aos da Acil e do Sebrae pois o programa, ao mesmo tempo que defende o interesse público, tem potencial de desenvolver a economia local, principalmente as micros e pequenas empresas. Todo mundo ganha", declara. 

 

Dono da Aseo Distribuidora Química, Leonardo Lopes Garcia participou da rodada de negociações do Compra Londrina no ano passado, disputou licitações e está fornecendo produtos de limpeza para o Sebrae e para o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). "Participar de uma licitação dá trabalho, temos de ler umas 40 páginas de edital, mas vale a pena", afirma. 

 

O responsável pelas compras no Iapar, Bruno Chimentão, participou da reunião de ontem e disse que faltam fornecedores locais nas principais licitações abertas pelo instituto estadual. "Penso que a forma de divulgação das licitações (em editais no Diário Oficial e em jornais) é insuficiente. Acho que o programa vem ajudar a sanar essa falha", afirma.