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Prefeituras e hospitais compram R$ 185 mi em produtos de saúde


Anderson Coelho - O encontro de negócios reuniu cerca de 100 pessoas, entre fornecedores e compradores de produtos e serviços, na Associação Médica

O encontro de negócios reuniu cerca de 100 pessoas, entre fornecedores e compradores de produtos e serviços, na Associação Médica
 
Nelson Bortolin Reportagem Local
 

Deixar para Londrina uma fatia maior dos R$ 185,4 milhões em compras feitas por sete instituições de saúde da cidade foi o objetivo de um encontro de negócios, que reuniu cerca de 100 pessoas, entre fornecedores e compradores de produtos e serviços, na tarde desta terça-feira (7), na sede da AML (Associação Médica de Londrina). A iniciativa foi do programa Compra Londrina e do grupo Salus (Saúde Londrina União Setorial). 

Do lado dos compradores, participaram representantes da Prefeitura, do Cismepar (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema), ICL (Instituto do Câncer de Londrina), HU (Hospital Universitário), Iscal (Irmandade Santa Casa), HEL (Hospital Evangélico) e Hoftalon, responsáveis pela rede de atendimento do SUS local e regional. 

"Acredito que podemos aumentar a participação de fornecedores locais nas nossas compras, principalmente no caso de gêneros alimentícios e material de escritório e limpeza", disse o gestor de Suprimentos do ICL, Alex Sandro Meredick. De acordo com ele, o hospital compra R$ 15 milhões em material de saúde e medicamentos por ano, além de R$ 5 milhões em equipamentos e R$ 3 milhões em outros produtos e serviços. "A participação dos fornecedores locais (nas compras da instituição) é de 26%. Podemos ampliar", afirmou. 
Segundo Meredick, o encontro desta terça-feira foi importante para que os fornecedores conhecessem o tamanho do mercado de saúde na cidade. 
"É uma inciativa muito inteligente a de juntar os fornecedores e compradores. A Irmandade compra R$ 1,5 milhão só em material de consumo hospitalar e medicação por mês", contou a gerente executiva da Santa Casa, Ana Paula Cantelmo. Ela disse que a instituição já utiliza uma plataforma digital para fazer suas compras, mas que é possível inserir novos fornecedores na ferramenta. "Temos muitos fornecedores locais, mas é possível aumentar essa participação", garantiu. 
O gerente de Suprimentos do Hospital Evangélico, Cristian Leonardi Portela, também disse ser possível comprar mais na própria. "Já compramos 40% aqui. E dá para aumentar", afirmou. O HEL comprou R$ 35 milhões no ano passado. 
O desafio para as empresas da cidade, segundo Portela, é oferecer preços melhores. "O que pesa para a gente são os valores. Se conseguirem oferecer bom preço, para a gente é ótimo. Comprar aqui é vantajoso por questões logísticas e porque podemos girar melhor o estoque." 

APROXIMAÇÃO 
Apesar de apresentarem algumas críticas em relação à Prefeitura, os fornecedores também consideraram válida a aproximação promovida pelo Compra Londrina. Um dos problemas apontados é a demora para renovação de alvarás da Vigilância Sanitária, entre seis e oito meses, o que impede a participação das empresas nas licitações. Eles também criticaram o fato de os editais estabelecerem grandes quantidades de produtos a serem comprados, mas as compras efetivas serem pequenas. "Vamos levar essas situações e buscar as soluções", garantiu o secretário Municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, um dos organizadores do encontro. 
"Acho vantajoso para os dois lados. Estamos torcendo para dar certo", disse o proprietário do Empório da Tilápia e da Estância Alvorada, Luiz Henrique Fernandes, que tem interesse em fornecedor peixes e derivados para merenda escolar e alimentação nos serviços de saúde. "Achei a iniciativa muito importante", avaliou. 
Já fornecedor de equipamentos de refrigeração científica e de serviços para a Prefeitura e hospitais, o diretor comercial da Indrel, Wagner Fernandes Rodrigues, se disse surpreso com a iniciativa. "A gente costuma criticar o poder público, mas temos de reconhecer que estão fazendo um excelente trabalho." 
Um estudo recém-divulgado pela Fundação Certi, encomendado pelo Sebrae, mapeou a existência, em Londrina, de 3.721 empresas com serviços e produtos dedicados à saúde. 
O programa Compra Londrina é uma iniciativa da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Sebrae, Prefeitura de Londrina e Observatório de Gestão Pública.